24 resultados para Resistência a medicamentos Genética

em RUN (Repositório da Universidade Nova de Lisboa) - FCT (Faculdade de Cienecias e Technologia), Universidade Nova de Lisboa (UNL), Portugal


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RESUMO: O transplante heptico ortotpico uma teraputica aceite para casos selecionados de falncia heptica terminal. O procedimento tem-se aperfeioado, evidenciado pelo aumento da taxa de sobrevida de 30 para 75% aos 5 anos, mas cerca de 13 a 27% dos enxertos desenvolve falncia primria (PNF) ou disfuno primria (DF) aps o transplante. As consequncias so devastadoras para a sobrevida do doente e do enxerto. A sua etiologia multifactorial, incluindo factores relacionados com o dador e o receptor, tempos de isqumia, agresses cirrgicas, bem como caractersticas anatomopatolgicas do enxerto. A leso de isqumia/reperfuso mantem-se como um factor de risco intra operatrio, com implicaes directas sobre toda a evoluo do transplante : existe uma relao ntima entre a PNF e a DF, a preservao do enxerto, a leso de isqumia/reperfuso, e a falncia do transplante. Alm disso, est comprovada evidncia que sugere que a leso de I/R torna um aloenxerto mais vulnervel por aumento da imunogenicidade, aumentando a probabilidade de episdios de rejeio precoce e tardia. Com base na prtica clnica quotidiana do CHBPT HCC, estudaram-se 54 casos de transplante heptico, agrupados segundo grupos por alocao do enxerto respectivo: Grupo 1(n=27): dador cadver para receptor cirrtico, Grupo 2 (n=15): dador cadver para receptor PAF, Grupo 3 (n=12): dador PAF para receptor cirrtico. Observaram-se as alteraes histolgicas e moleculares sobre o enxerto at ao final da operao do receptor, e as suas consequncias clnicas,avaliando: - As diferentes capacidades de resistência e cada enxerto leso de isqumia/reperfuso. - As situaes em que os factores do receptor se sobrepem s do enxerto na definio do prognstico, e vice versa. - A relevncia das leses histolgicas e moleculares precoces no tecido heptico na evoluo do enxerto e do receptor. Foram colhidas bipsias por agulha dos 54 enxertos hepticos,42 provenientes de cadver com corao batente(morte cerebral) e 12 provenientes de dador vivo com PAF, em trs tempos diferentes do processo de colheita e transplante heptico: A primeira(T0)antes da clampagem da aorta do dador - A segunda (T1) no final da isqumia fria - A terceira (T2) aps a reperfuso do enxerto, durante o encerramento da parede abdominal. A estas amostras foi extrado RNA total, convertido em cDNA por transcrio reversa e feita a anlise da expresso dos genes da CTLA4, IL-1, IL-4, IL-6, IL-13, TNF-, Perforina, Selectina, (SELE), Fas-ligando, Granzima-B, Heme-Oxigenase 1(HO1)e xido Ntrico Sintetase(iNOS2A)por PCR quantitativo segundo o mtodo do Ct comparativo, utilizando como referncia a expresso dos genes da amostra no-isqumica T0. Os fragmentos de todas as bipsias foram seccionados, para envio de amostra comparativa para processamento histolgico habitual, sem qualquer alterao ao protocolo seguido habitualmente na Unidade de Transplantao do Hospital Curry Cabral. A presena de alguns parmetros histolgicos definidos, como esteatose, necrose, vacuolizao, congesto sinusoidal e infiltrao neutroflica, foi registada e contabilizada numa classificao numrica. O seguimento clnico e laboratorial, bem como o acompanhamento de eventuais complicaes, foi registado e correlacionado com os dados das colheitas de rgos e com os dados das bipsias. Foram consideradas as seguintes variveis, como as mais relevantes e objectivas para a interpretao da evoluo clnica, tendo sido comparadas estatisticamente com os dados recolhidos, laboratoriais e clnicos: disfuno do enxerto, 207 ps operatrias, nmero de internamentos igual ou superior a 2 e rejeio crnica e/ou morte do receptor. Foram identificadas caractersticas clnicas menos favorveis, a considerar, nalgumas circunstncias: gnero feminino do receptor (sobretudo associado a enxerto masculino, p=0,077), isqumia fria superior a 500 minutos (p=0,074), isqumia quente superior a 90 minutos (p=0,099). Na anlise laboratorial, distinguiram-se duas caractersticas histolgicas desfavorveis e irreversveis, como ndice de mau prognstico: a necrose e a balonizao (p=0,029); no painel gentico escolhido neste estudo,a expresso basal de IL-1(p=0,028), de SELE p=0,013)e de FAS-L (p=0,079)relacionaram-se com pior prognstico. Algumas caractersticas protectoras intrnsecas dos enxertos s se revelaram indirectamente, como menor infiltrao neutroflica e maior expresso de HO1 e de iNOS nos enxertos PAF, no tendo sido possvel provar uma interferncia directa nos resultados clnicos. No se obteve expresso mensurvel de genes anti- inflamatrios nas biopsias hepticas processadas neste estudo, como a IL13 e a I 4: assim, com a metodologia utilizada, no foi possvel obter um perfil de expresso genética associado a boa evoluo clnica. O perfil inverso foi sugerido apenas pela expresso basal dos 3 genes mencionados (FAS-L,IL-1 e SELE)no mesmo painel, com o protocolo seguido neste conjunto de 54 doentes. As caractersticas do receptor sobrepuseram-se s do enxerto no caso de: - diagnstico de PAF no receptor, que determinou uma maior predisposio para a disfuno do enxerto, o que, por sua vez, determina uma menor sobrevida. No entanto, o diagnstico de PAF no receptor exibe uma curva de sobrevida mais favorvel. - receptores com um baixo balano de risco (BAR)definiram caractersticas favorveis para enxertos com nveis baixos e moderados de esteatose, fazendo que esta caracterstica, definida como um risco acrescido, no s no se manifestasse clinicamente,como parecesse um factor favorvel. As caractersticas do enxerto sobrepuseram-se s do receptor no caso de: - tempo de isqumia fria superior a 500 minutos - balonizao, necrose, FAS-L,IL-1 e SELE em T0 A integrao dos resultados moleculares e morfolgicos com a evoluo clnica, reala o papel da mobilizao precoce de neutrfilos nos desempenhos menos favorveis do enxerto heptico. -------------ABSTRACT: Orthotopic liver transplantation is na accepted therapeutic procedure for selected cases of terminal liver failure. The procedure has been improved, evidenced by the rise of survival rates from 30 to 70% at 5 years, but 13 to 27% of the liver grafts develops primary non function (PNF) or primary dysfunction (PDF) after transplantation. The consequences are devastating for the survival of the patient and of the graft. Its etiology is multifactorial, including factos related with the donor and with the recipient, ischemic times, surgical aggressions, as well as the histological characteristics of the graft. The ischemia/reperfusion lesion is still an intraoperative risk factor, with direct implications in the whole transplant outcome: there is a close interrelation between PNF and DF, graft preservation, ischemia / reperfusion lesion and graft failure. Beyond his, there is proved evidence that suggests that I/R lesion turns the allograft more vulnerable by increasing its immunogenity, increasing the probability of precocious and late rejection episodes. Based on the daily clinical practice at CHBPT /HCC, 54 cases of hepatic transplantation have been studied, grouped by allocation of each graft: Group (n=27):deceased do nortocirrhotic recipient, Group 2 (n=15): deceased donor to FAP recipient, Group 3 (n=12): FAP living donor to cirrhotic recipient. The histologic and molecular changes in the liver graft were observed until the end of the recipiente operation,together with its clinical consequences, evaluating:-The different capacity of resistance of each graft to the ischemia / reperfusion lesion - The situations where the recipiente factos overlap the ones of the graft, in the definition of prognosis, and vice versa.- The relevance of the precocious histologic and molecular lesions of the hepatic tissue in the clinical outcome of the graft and the recipient. Needle biopsies were obtained from 54 liver grafts, 42 deceased brain dead donors and 12 from FAP living donors, at three diferente times of the harvesting and the hepatic transplantation: The first one (T0) before clamping the donor aorta - The second one (T2) in the end of cold ischemia time - The third one (T) after the reperfusion of the graft, during the closure of the abdominal wall. Total RNAwas extracted to these samples, converted to cDNA by reverse transcription and the analysis of gene expression was made for CTLA4,IL-1,IL-4,IL-6,IL-13,TNF-,Perforin,E Selectin (SELE),Fas-ligand,Granzyme-B,Heme-oxigenase 1 (HO1) and Nitric Oxide Sintetase (iNOS2A) by quantitative PCR, according with the Ct comparative method, using the expression of the non ischemic sample T0. The fragments of all the biopsies were divided, to send a comparative sample to the usual histologic processement, keeping the same usual protocol at the Transplantation Unit of Curry Cabral Hospital. The presence of some defined histologic parameters, such as steatosis, necrosis, vacuolization, sinusoidal congestion and neutrophilic infiltration, was registered and catalogued in a numeric classification. The clinical and laboratory follow-up, as well as the following of eventual complications, was registered and correlated with the data from organ procurement operations and with the data from the biopsies. The following variables were considered as the most relevant and objective ones, to the interpretation of the clinical evolution, being statistically compared with the clinical and laboratorial collected data: graft dysfunction, post-operative complications, number of readmissions of 2 or more and chronic rejection and /or recipiente death. There were identified some unfavorable clinical characteristics, to be considered under certain circumstances: recipiente female gender (specially associated with malegraft, p=0,077), cold ischemia time of more than 500 minutes (p=0,074), warm ischemia time of more than 90 minutes (p=0,099). In the laboratory analysis, two histologic characteristics were identified as unfavorable and irreversible, associated with bad prognosis: necrosis and balonization (p=0,029); in the gene panel selected in this study, the basal expression of IL-1 (p=0,028), SELE (p=0,013) and FAS-L (p=0,079)were related with worse prognosis.Some intrinsic protective characteristics of the grafts were only indirectly revealed, such as less neutrophilic infiltration and bigger expression of HO1 and iNOS in FAP grafts, being impossible to prove any direct inte ference in the clinical results. A relevant and measurable expression of the anti inflammatory genes IL13 and IL4 was not obtained: with the used methodology, it was impossible to obtain a gene expression profile associated with a favorable clinical outcome.The inverse profile was suggested only by the basal expression of the three mentioned genes (FAS-L, IL- 1 e SELE) in the same gene panel, according with the followed protocol in this group of 54 patients. The characteristics of the recipient overlapped those from the graft, in the case of :- FAP diagnosis in the recipient, which determined a bigger predisposition to graft dysfunction, which by itself determines a shorter survival. However, FAP diagnosis in the recipiente depicts a more favorable survival curve. - Recipients with a low balance risk ndex (BAR) defined favorable characteristics to grafts with low and moderate grades of steatosis, making that this characteristic, associated with bad prognosis, looked like a favorable factor, and with no clinical interference. The graft characteristics overlapped those from the receptor in the case of: - Cold ischemic time more than 500 minutes - Balonization, necrosis, FAS-L, IL-1 and SELE at T0. The integration of molecular and morphologic results with the clinical evolution, stresses the role of a precocious neutrophils mobilization in the worse outcomes of liver grafts.

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Pneumocystis jirovecii um micro-organismo fngico que pode causar pneumonia em doentes imunocomprometidos. O ciclo de vida de Pneumocystis inclui uma forma biolgica trfica e outra qustica na qual esto presentes, em sua composio, hidratos de carbono chamados -Glucanos. Estes componentes so liberados na corrente sangunea aps lise do micro-organismo pela resposta imunitria ou frmacos, sendo assim, considerado um marcador sorolgico que atua como auxiliar no diagnstico da PPc. Porm, este marcador no especfico para o gnero Pneumocystis, podendo ser um teste positivo em outras infeces fngicas como a candidase. Caracterizar a sequncia genética da Glucano Sintetase permite uma nova abordagem em relao aos testes sorolgicos e a possveis novos alvos teraputicos. Um teste sorolgico para o -Glucano especfico para P. jirovecii podendo ser um marcador muito mais til e confivel do que os utilizados atualmente. Neste trabalho foi feita a caracterizao genética do fragmento correspondente Glucano Sintetase de P. jirovecii com base na sequncia de -Glucano de P. carinii e na sequncia completa de P. jirovecii atravs de metodologias de PCRs. Com o resultado do sequenciamento do fragmento de -Glucano de P. jirovecii puderam ser observadas possveis bases candidatas a polimorfismos de base nica (SNP). Determinar os polimorfismos em uma sequncia resulta em conhecimento da diversidade genética do micro-organismo para alm de reconhecer marcadores moleculares que podem determinar sua origem geogrfica, resistência a frmacos e fatores de virulncia. Duas bases foram identificadas na sequncia como possveis SNPs. Estudos em projetos futuros com tcnicas como o RFLP podem caracterizar e determinar as consequncias e importncia destes polimorfismos no fragmento da Glucano Sintetase de P. jirovecii. Estabelecer esta importncia pode levar compreenso do modelo de infeco e defesa deste micro-organismo para que possamos perceber melhor sua atuao

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RESUMO: A importncia da avaliao econmica na rea da sade tem sido crescente ao longo das ltimas trs dcadas. um campo de anlise multi-disciplinar pelo qual se tm vindo a interessar investigadores de todo o mundo e onde, naturalmente, a economia da sade tem contributos significativos para dar. Contudo, uma rea ainda relativamente inexplorada em termos de investigao metodolgica em Portugal. Espera-se com este trabalho colmatar algumas das lacunas existentes e lanar pontes para investigao futura. Neste estudo pretendem-se desenvolver contributos autnomos, numa ptica de resoluo de problemas concretos, para a avaliao econmica de medicamentos em Portugal. Em primeiro lugar abordou-se a importncia da estimao dos custos nos estudos de avaliao econmica em sade. Em segundo lugar determinou-se o custo de um doente com esclerose mltipla, por nvel de severidade em Portugal com recurso metodologia de estudos custo da doena. Em terceiro lugar, aplicando a mesma metodologia, determinou-se o custo de um doente com psorase, por nvel de severidade, em Portugal. Em quarto lugar mediu-se o impacto da psorase na qualidade de vida relacionada com a sade dos indivduos afectados atravs de dois instrumentos genricos de medio da qualidade de vida relacionada com a sade (SF-36 e EQ-5D) e de dois instrumentos especficos (DLQI e PDI). Em quinto lugar, foi feita a adaptao de um modelo sobre a preveno do tromboembolismo venoso em cirurgia ortopdica ao contexto nacional com recurso a dados recolhidos numa amostra de hospitais portugueses. Foi ainda apresentada uma estimativa do impacto oramental decorrente da incluso, ou no, de um novo medicamento na prtica nacional. ABSTRACT: The importance of economic evaluation in the health care sector has been growing in the last three decades. It is a multidisciplinary field of research that attracts attention from researchers working all over the world. It is should be noted that health economics can contribute significantly to the development of this area. However, in Portugal is difficult to find methodological contributes in this field of research. With this work one hope to be able to overcome some of the existing shortcomings. This study seeks to develop independent contributions for the economic evaluation of pharmaceuticals in Portugal, aiming to help to solve existing problems. Firstly, one approached the importance of the accurate estimation of costs in economic evaluations of pharmaceuticals. Secondly, the cost of patient with multiple sclerosis was estimated, by severity level, in Portugal, using a cost of illness methodology. In third place, employing the same methodology, the cost of patient with psoriasis by severity level was estimated for Portugal. In fourth place, the impact of psoriasis in the quality of life related to health was ascertained by two generic measures (SF-36 and EQ-5D) and two specific measures (DLQI and PDI). Lastly, a model on the prevention of venous thromboembolism in orthopedic surgery was adapted for Portugal through the inclusion of data collected in a sample of Portuguese hospita

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Os regimes de comparticipao no preo dos medicamentos constituem um instrumento basilar na poltica do medicamento, em particular, e na poltica de sade, em geral. De facto, estes sistemas permitem modelar a acessibilidade aos medicamentos, atravs de modelos de financiamento especficos, condicionando, por esta via, os ganhos em sade associados ao respectivo consumo. Sendo que a sade um direito universal, assim consignado na Carta das Naes Unidas1, tambm reconhecida como um direito europeu, tal como disposto na Carta dos Direitos Fundamentais da Unio Europeia2, nomeadamente no seu artigo 35 que se reporta promoo da sade e refere que todas as pessoas tm o direito de aceder preveno em matria de sade e de beneficiar de cuidados mdicos, de acordo com as legislaes e prticas nacionais. Na definio e execuo de todas as polticas e aces da Unio, ser assegurado um elevado nvel de proteco da sade humana. Em Portugal, por via da Constituio da Repblica Portuguesa3, nomeadamente o n 2 do artigo 16 elucida que os preceitos constitucionais e legais relativos aos direitos fundamentais devem ser interpretados e integrados de harmonia com a Declarao Universal dos Direitos do Homem, e no artigo 64 evocado o direito proteco da sade e o dever de a defender e promover.. Neste documento ainda referido que para assegurar o direito proteco da sade, incumbe prioritariamente ao Estado () orientar a sua aco para a socializao dos custos dos cuidados mdicos e medicamentosos. Esta abordagem considera implicitamente a necessidade de interveno de um terceiro pagador, como mediador na acessibilidade aos medicamentos. Esta posio no , alis, exclusiva de Portugal. Com efeito, tem sido assumida sistematicamente no mbito europeu, de tal modo que o financiamento pblico constitui em mdia 64% da despesa farmacutica na UE-254. Num mbito mais lato, a anlise dinmica desta varivel permite-nos observar que entre 1990 e 1999 ocorreu um crescimento anual de 5,6%, o qual superior aos 4,2%, que foram observados para as despesas totais com a sade, e muito superior ao crescimento anual de 3% para o PIB, para o mesmo perodo. Ou seja, verifica-se que o crescimento da despesa farmacutica superior ao crescimento mdio das economias nos pases que integram a OCDE5. Por outro lado, segundo as estatsticas desta organizao, para Portugal, em 2005, a despesa mdia com medicamentos foi cerca de 2% do PIB, enquanto a mdia da OCDE se situou em 1,5% para o mesmo perodo. Verifica-se assim, que a sustentabilidade do financiamento dos medicamentos uma questo actual, que exige uma abordagem premente, no sentido de ser salvaguardado o direito fundamental do ser humano sade. Tendo presentes os factos elencados, os sistemas de financiamento tradicionais tm sido incapazes de conter a inflao associada ao encargo pblico com medicamentos, pelo que se tornou premente a identificao e implementao de novos sistemas de comparticipao de medicamentos. Com efeito, a elevada importncia, actualidade e premncia do tema que pretendemos abordar na presente tese advm do facto de se observar um crescimento na despesa associada utilizao de medicamentos, que no est a ser acompanhado pelo aumento das verbas disponveis para o efeito, o que pode comprometer futuros ganhos em sade. A identificao de um regime de comparticipao de medicamentos, a aplicar sobre o segmento de medicamentos destinados utilizao em ambulatrio, deve considerar a estrutura integrada da procura e da oferta de medicamentos6, tendo presente que esta articulao decorre num mercado imperfeito, em que o preo no o factor determinante das escolhas, que so assumidas sobretudo pelos prescritores. A despesa assumida predominantemente pelo terceiro pagador, e o consumidor recebe os benefcios de medicamentos que no seleccionou, e apenas financia parcialmente. A participao do farmacutico na gesto da teraputica limitada, e o consumidor tem-se situado na periferia do processo de deciso sobre o seu tratamento. Pela sua relevncia, o impacto associado informao imperfeita que o consumidor possui, tem sido abordado por diversos investigadores7. Os medicamentos so bens distintos da maioria dos produtos transaccionados no mercado. So exigidos longos anos de investigao e investimento antecipado, antes que possam ser comercializados, se, e apenas quando, demonstraram qualidade, segurana e eficcia nos ensaios estabelecidos. A comercializao apenas se mantm quando esto asseguradas, e so comprovadas em permanncia, qualidade e segurana. Por acrscimo, deve ser considerado o ciclo de vida dos medicamentos, num mercado farmacutico que est sujeito a uma dinmica permanente. Os novos medicamentos iniciam a comercializao sob patente, na ausncia de concorrncia. O acesso de similares teraputicos ao mercado vem abrir a possibilidade de ser considerada a presena de bens substitutos, que reforada com o acesso dos medicamentos genricos ao mercado. O aumento do nmero de concorrentes, bem como as respectivas caractersticas, vem abrir a possibilidade de ser equacionado um sistema de financiamento ajustado ao perfil da oferta, nomeadamente no que concerne ao segmento de mercado em que existem medicamentos genricos comparticipados. Assim, os vectores preferenciais de interveno, tendentes a assegurar a sustentabilidade da despesa farmacutica, consistem em medidas direccionadas para cinco agentes que se posicionam no mercado farmacutico: a Indstria Farmacutica, os prescritores, os armazenistas, as farmcias e os consumidores. A actuao no mbito do primeiro consubstancia-se usualmente numa interveno sobre o preo dos medicamentos, os quais podem ser modelados por via administrativa, que impe tendencialmente redues obrigatrias, ou indirectamente criando incentivos para que a respectiva reduo ocorra de uma forma voluntria tal como o caso quando se opta pela implementao do Sistema de Preos de Referncia (SPR). A interveno sobre os prescritores pode ocorrer atravs da modalidade de prescrio de medicamentos em vigor, quando se determina, por exemplo, a obrigatoriedade de prescrio por DCI, que permite favorecer a dispensa de medicamentos genricos. A interveno sobre as margens de lucro de armazenistas e farmcias pode condicionar a seleco do medicamento a dispensar, sempre que o contexto regulamentar o permita. Da mesma forma tambm a possibilidade de substituio da teraputica prescrita por um medicamento genrico, pode contribuir para fomentar a conteno no crescimento da despesa farmacutica. A interveno sobre os consumidores deve ser dirigida para abordagens que fomentem a respectiva sensibilidade ao preo dos medicamentos, incentivando escolhas racionais, e por isso devidamente informadas. O SPR pretende actuar amplamente sobre os agentes no mercado farmacutico, por via da definio de um tecto de financiamento pblico, proporcionando uma resposta s exigncias verificadas no momento actual, em que a escassez de recursos financeiros exige novas modalidades de regimes de comparticipao, que contribuam para a conteno do crescimento da despesa farmacutica sem afectar negativamente os ganhos em sade, associados utilizao de medicamentos. De facto este sistema tem vindo a ser adoptado sucessivamente por vrios Estados da Unio Europeia, independentemente do facto dos modelos de comparticipao vigentes em cada um deles no serem coincidentes. Em 1989 foi implementado na Alemanha, depois seguiu-se a Holanda em 1991, em 1993 foi adoptado pela Sucia e Dinamarca, e em 1997 pela Noruega. Seguiu-se em 2000 a Espanha, depois em 2001 foi a vez de ser implementado pela Itlia e pela Blgica. Em 2002 foi publicado o Decreto-lei que determinava a implementao do SPR em Portugal, no ano de 2003, quando tambm entrou em vigor em Itlia. Em 2009 foi implementado na Finlndia e est previsto na Irlanda. Esta reforma foi certamente a mais importante em Portugal no que diz respeito comparticipao dos medicamentos. A respectiva publicao por via do Decreto-lei 270/2002 de 2 de Dezembro, refere que este sistema visa equilibrar os preos dos medicamentos comparticipados, instituindo um valor mximo a ser comparticipado correspondente comparticipao do medicamento genrico de preo mais elevado de determinado grupo, garantindo assim ao utente uma alternativa de qualidade garantida e equivalncia teraputica comprovada. A comparticipao por via do SPR constitui, de facto, o exemplo de um processo de financiamento pblico que tem demonstrado resultados na conteno do crescimento da despesa farmacutica8, sem pr em causa a qualidade dos cuidados prestados, quando aferidos por intermdio dos efeitos adversos relacionados com a sade dos doentes ou quanto utilizao de cuidados de sade mais dispendiosos9. Porm, este facto no colhe unanimidade entre os investigadores, j que foram observados resultados distintos quanto ao efeito do SPR sobre a despesa farmacutica10. Este sistema encontra-se ancorado no diferencial de preos que existe entre os medicamentos de marca e os medicamentos genricos, facto que pode contribuir para uma utilizao preferencial dos segundos relativamente aos primeiros. Est estruturado em grupos homogneos de medicamentos (GH) para os quais definido um preo de referncia (PR). Independentemente dos preos individuais dos medicamentos que integram cada GH, a comparticipao do Estado vai recair sobre o PR. O valor diferencial, para medicamentos de preos mais elevados suportado integralmente pelo consumidor. Da que o prprio sistema apresente incentivos para que ocorra uma reduo voluntria no preo dos medicamentos. A reduo no preo dos medicamentos sujeitos a SPR foi confirmada por diversos grupos de investigadores11,12,13,14,15,16 . No obstante a reduo verificada nos preos, sobretudo de medicamentos de marca11,15, diversos investigadores verificaram que em presena do SPR o incremento no nmero de medicamentos genricos contribui para a descida dos preos, observando tambm que quanto mais elevado o preo do medicamento de marca original relativamente ao preo dos genricos, tanto maior o decrscimo da quota de mercado do medicamento original11. Foi igualmente observado que a opo por medicamentos de preos mais baixos no favorece o acesso dos medicamentos genricos ao mercado, sendo verificado antes o respectivo impedimento14,17,18. O impacto do sistema sobre a outra componente da despesa - o consumo de medicamentos - no tem permitido resultados consensuais. Teoricamente seria de esperar que o consumo total se mantivesse constante, tendo presente que a substituio no GH tem lugar para a mesma substncia activa, dosagem e forma farmacutica, contudo deve ocorrer uma opo preferencial por medicamentos com preo igual ou inferior ao PR, em detrimento do consumo de medicamentos com preo superior ao PR. Foi observado um aumento no consumo por um grupo de investigadores10, enquanto outro grupo refere-se hiptese de um decrscimo em presena do SPR8. Contudo, se estas caractersticas so comuns a todos os SPR, e tm contribudo para determinar a conteno nos encargos pblicos com medicamentos, convm destacar que no h dois SPR vigentes que se apresentem completamente iguais. Da o interesse em investigar os factores que podem potenciar ou inibir as consequncias associadas respectiva implementao, determinar a magnitude associada, bem como identificar outros efeitos que podem decorrer da implementao do SPR, in loco, ou seja nos contextos especficos do mercado farmacutico e respectiva regulao, em cada Estado da UE. esse o aporte da literatura cientfica, que muito embora exgua e essencialmente descritiva, faz referncia a resultados favorveis observados noutros Estados19. Importa, por isso, conhecer as respectivas realidades locais, e as caractersticas particulares dos respectivos SPR, para contextualizar e interpretar os resultados dos estudos publicados. Esta investigao centra-se nos resultados decorrentes do sistema adoptado em Portugal e pretende desenvolver uma anlise tendo por referncia os trabalhos de investigao desenvolvidos por outros investigadores, noutros Estados da UE. Para o efeito, considera o perodo anterior e posterior ao da respectiva implementao em Portugal, perfazendo a totalidade de seis anos de observaes. O primeiro objectivo consiste em avaliar se o SPR contribuiu para a conteno do crescimento da despesa farmacutica em Portugal, no perodo em estudo. Tendo presente que os dados da literatura apontam para um impacto favorvel do SPR sobre o crescimento da despesa farmacutica15,20,21, h interesse em verificar se em Portugal ocorreu tambm um impacto favorvel sobre a despesa farmacutica total, associada ao SPR, mas para alm disso, se tendo ocorrido, esse decrscimo foi mediado pelo decrscimo na despesa farmacutica pblica, na despesa farmacutica privada, ou por via de ambas. O segundo objectivo consiste em identificar e caracterizar as alteraes que o SPR introduziu no mercado farmacutico em Portugal, sobre o preo12,13,16 e o consumo dos medicamentos8,10. Tambm foi investigado se o SPR apresentou impacto associado ao nmero de apresentaes comercializadas11,16 e posio de domnio do lder de mercado11, para Portugal. Neste mbito, e com base na literatura, ser avaliado se o SPR em Portugal, contribuiu para o decrscimo do preo dos medicamentos de marca, bem como se contribuiu para o acesso de novas apresentaes ao mercado, nomeadamente de medicamentos genricos, que tm um preo inferior ao dos medicamentos de marca e esto em condies de proporcionar uma alternativa a estes ltimos, pela poupana que geram na despesa directa a suportar pelos consumidores. Tendo presente que o vector consumo determinante para a despesa farmacutica importa verificar o respectivo comportamento em presena do SPR. Para o efeito ser analisado se ocorre um decrscimo no consumo de medicamentos com preo superior ao PR, se aumenta o consumo de medicamentos com preo igual ou inferior ao PR, e ainda se o consumo total se mantm estvel. Em linha com os resultados da literatura, importa verificar se em presena do SPR, em Portugal, tem lugar um decrscimo da posio de domnio do lder de mercado, o que constitui tambm um marcador da eficincia do sistema. O terceiro objectivo consiste em identificar as variveis que podem explicar as alteraes no preo mdio no GH, na diferena percentual entre o preo de medicamentos de marca e o PR e no consumo de medicamentos genricos relativamente ao de medicamentos de marca, em Portugal. Para o efeito foram consideradas como variveis explicativas no que concerne ao preo, o nmero de apresentaes comercializadas11,16 o escalo de comparticipao16, e a posio de domnio do lder de mercado11. No que se refere ao consumo de genricos relativamente aos medicamentos de marca foi tambm considerado o nmero de apresentaes, o preo, e o escalo de comparticipao. Deste modo, ser investigado se, em presena do SPR, o decrscimo no preo tanto mais elevado quanto mais afastado estiver do preo de referncia, tendo em conta os resultados publicados na literatura que identificam uma reduo mais acentuada no preo dos medicamentos de marca, quanto mais afastado este estiver do preo dos medicamentos genricos11. Tendo presente que ocorreu um aumento na quota de mercado dos medicamentos genricos, em Portugal, bem como no respectivo nmero de apresentaes comercializadas, o qual acompanhou a implementao do sistema, convm averiguar se o decrscimo no preo dos medicamentos est associado ao acesso de novos medicamentos genricos ao mercado. Uma das caractersticas do SPR consiste em sensibilizar o consumidor para o preo dos medicamentos, o que se traduz pela escolha daqueles que impem um menor encargo. Assim sendo, de esperar que a sensibilidade dos consumidores ao preo dos medicamentos varie em funo do escalo de comparticipao dos medicamentos, sendo teoricamente de esperar que ocorra um aumento da sensibilidade ao preo e da uma opo preferencial por medicamentos com preo inferior ou igual ao PR, sobretudo quando o escalo de comparticipao menor. Por isso, de prever que a IF, em Portugal, responda implementao do SPR reduzindo sobretudo o preo dos medicamentos abrangidos pelos escales de comparticipao mais baixos. Para atingir os objectivos identificados, esta tese est organizada em trs partes, como se aponta em seguida. A primeira parte pretende introduzir o tema no que concerne dimenso financeira associada utilizao dos medicamentos, bem como caracterizar sumariamente as componentes conceptual e estrutural dos regimes de comparticipao, em geral, e do SPR, em particular. Neste sentido, inicialmente procede-se a uma abordagem terica da pertinncia e relevncia do financiamento dos medicamentos, focalizando-se depois a temtica dos sistemas de comparticipao de medicamentos. Seguidamente conduzida uma reviso da literatura, que incide sobre a evidncia terica associada ao SPR. A subsequente abordagem de exemplos, em Estados na Unio Europeia, d continuidade e complementa a abordagem anterior, o que permite evidenciar que a implementao do mesmo sistema em Estados distintos no garante a obteno dos mesmos resultados22. Na segunda parte da tese essencial identificar o impacto do SPR, em Portugal, por via de uma anlise descritiva. Esta parte centra-se na observao do comportamento das variveis despesa, preo, consumo e concorrncia associadas utilizao dos medicamentos que possuem genricos comercializados, nos dois perodos em anlise, sem atender aos eventuais factores causais. No sentido de alcanar tal desiderato, e aps uma breve introduo terica ao SPR, so apresentados os critrios subjacentes constituio da amostra bem como a metodologia que adoptada na anlise. Os resultados expostos em seguida so acompanhados da informao pertinente para a respectiva interpretao. Subsequentemente produzida uma discusso centrada nos resultados obtidos, e presente a concluso. Na terceira parte, aplicando metodologias economtricas, pretendem-se identificar as variveis explicativas que esto associadas s alteraes ocorridas na despesa farmacutica, no preo, no consumo e na concorrncia analisada por intermdio do nmero de apresentaes comercializadas, bem como pela posio de domnio do lder de mercado, e que foram identificadas na segunda parte da presente tese. A investigao aqui desenvolvida proporciona uma viso integrada do SPR, considerando os matizes que lhe definem a identidade, nos domnios terico e emprico. Identifica os factores que cunham o xito do sistema, bem como expe as fragilidades, e tambm os insucessos do mesmo. O desenvolvimento dos modelos conceptual e emprico proporcionou os resultados de evidncia cientfica que contriburam para uma investigao pioneira, com resultados inovadores, relativos a Portugal. Recorre a metodologia economtrica para avaliar o impacto global do SPR sobre a despesa farmacutica tendo em particular ateno o impacto sobre as duas componentes que determinam a despesa o preo e o volume de medicamentos consumidos - bem como outras variveis explicativas associadas. Numa abordagem inicial procedem-se a anlises descritivas longitudinais e transversais, as quais permitem avaliar a variao potencial ocorrida nas variveis em estudo ao longo da sequncia temporal, bem como identificar as diferenas que sobre as mesmas recaem nos perodos anterior e posterior implementao do sistema. O desenvolvimento de quatro modelos economtricos, numa etapa sequencial no processo de investigao, contribuiu para desagregar e identificar o impacto associado a cada uma das variveis explicativas consideradas em cada modelo, sobre a varivel independente. Para o efeito conduziram-se regresses lineares mltiplas pelo mtodo dos mnimos quadrados aplicadas a sries temporais. Quanto aos resultados obtidos, destaca-se que o SPR em Portugal no est associado modificao da despesa farmacutica, muito embora esteja associado reduo do preo dos medicamentos sem estar associado a alteraes no consumo total. O SPR est associado ao aumento do nmero de apresentaes de medicamentos genricos comercializados, tendo sido observado que este aumento impede o decrscimo do preo dos medicamentos comercializados. relevante o impacto associado ao escalo de comparticipao, j que foi observado que para escales de comparticipao mais elevados ocorre um decrscimo mais acentuado no preo dos medicamentos, em presena do SPR. Tambm se verificou que para escales de comparticipao mais elevados ocorre tendencialmente um aumento no consumo de medicamentos genricos relativamente aos medicamentos de marca. Estes resultados sugerem que o SPR possuiu um impacto parcialmente favorvel, em Portugal, por via da respectiva contribuio para o decrscimo do preo dos medicamentos. Foi observado que este decrscimo apresenta-se segmentado, em funo dos escales de comparticipao. Contudo, relevante considerar que as concluses obtidas tm limitaes. H limitaes decorrentes da constituio da amostra, j que no foi considerado todo o segmento de mercado abrangido pelo SPR, mas apenas o que representou a fraco major da despesa farmacutica, nesse segmento. Tambm no foram considerados os dados relativos ao mercado global, o que limita a observao do efeito do sistema s repercusses sobre o prprio segmento em que se insere, e no considera os efeitos decorrentes em segmentos farmacoteraputicos distintos, muito embora complementares, nomeadamente aqueles em que se inserem medicamentos similares teraputicos. Ora, o objectivo da implementao do SPR consiste em proporcionar o controlo do crescimento da despesa farmacutica total, e no apenas de parte da despesa farmacutica associada a um segmento especfico, pelo que se deveria tomar em considerao o efeito no segmento complementar. Tambm devem ser consideradas como limitantes, para a observao do impacto do sistema, as diversas medidas regulamentares que foram introduzidas em simultneo com o SPR, no mercado nacional, e que no foram isoladas. Nomeiamse a obrigatoriedade de prescrio por DCI, a qual direcciona a opo de consumo para os medicamentos genricos, bem como a possibilidade de substituio dos medicamentos prescritos por medicamentos genricos, sempre que no ocorra inviabilizao por parte do prescritor. A adopo de um novo modelo de receita mdica, que limita o nmero de medicamentos a serem prescritos, tambm foi implementada em simultneo com o SPR, podendo interferir com o impacto do sistema, nomeadamente na componente do volume. No foi avaliado o contributo da majorao do PR aplicado para os pensionistas com rendimentos anuais inferiores a catorze vezes o salrio mnimo nacional, o que tambm constitui uma limitao desta investigao, j que em termos de equidade no acesso aos medicamentos poderia ser recolhida informao no sentido de aperfeioar o sistema, e avaliar o comportamento neste segmento scio econmico to especfico. Convm ainda referir as prprias limitaes metodolgicas, j que se optou pelo recurso tcnica de regresso pelo mtodo dos mnimos quadrados, aplicada a uma srie temporal. Muito embora esta abordagem metodolgica tenha sido seguida tambm por outros investigadores, tem limitaes que podem comprometer a robustez dos coeficientes estimados. Os resultados devem ser, por isso, considerados no contexto em que foram obtidos. O contributo da tese para o conhecimento cientfico relevante, no obstante as limitaes enunciadas. A investigao desenvolvida permitiu identificar que, muito embora no tenha ocorrido um decrscimo na despesa farmacutica mediado pelo SPR, o sistema foi eficaz noutras vertentes. Nomeadamente contribuiu para o decrscimo no preo dos medicamentos, tendo sido verificado um decrscimo mais acentuado no preo dos medicamentos que integram escales de comparticipao mais elevados, bem como contribuiu para uma aproximao do preo dos medicamentos ao PR, o qual est indexado ao preo dos medicamentos genricos. Verificou-se tambm, no decurso da investigao, que o SPR esteve associado ao incremento da oferta de medicamentos genricos no mercado, bem como contribuiu para um aumento do respectivo consumo relativamente aos medicamentos de marca. Foi ainda observado que esse aumento foi mais acentuado no segmento abrangido por escales de comparticipao mais elevados. O SPR no apresentou efeito sobre o volume total de medicamentos consumidos. Contudo, exerceu um efeito sobre o consumo, orientando-o para os medicamentos com preo igual ou inferior ao PR, e esteve associado ao decrscimo no consumo de medicamentos com preo superior ao PR. Esta investigao permitiu concluir que o SPR exerceu um impacto global favorvel no segmento de mercado farmacutico abrangido pelo sistema, nomeadamente sobre o preo e orientando o consumo dos medicamentos em funo do PR, sem contudo chegar a contribuir para o decrscimo da despesa farmacutica.

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A malria constitui um problema de sade pblica, que tem vindo a agravar-se, sendo crescente a necessidade de estratgias renovadas para o seu controlo, como a interrupo do ciclo esporognico. Deste modo, essencial compreender as respostas imunolgicas de Anopheles anti-Plasmodium. Demonstrou-se anteriormente, que a inibio de transglutaminases, enzimas que participam em vrios processos biolgicos ao catalisarem a formao de ligaes covalentes entre pptidos, agrava a infeco em mosquitos pelo parasita. O presente trabalho tem por objectivo caracterizar as transglutaminases AGAP009098 e AGAP009100 de Anopheles gambiae. Os mtodos utilizados para este efeito foram: a sequenciao de regies dos genes AGAP009098 e AGAP009100; a clonagem molecular de fragmentos da regio codificante do gene AGAP009098, usando o vector plasmdico pET28a(+) e Escherichia coli como sistema de expresso; e PCR em Tempo Real para analisar a expresso relativa dos genes AGAP009098 e AGAP009100 nos diferentes os estdios de desenvolvimento. AGAP009098 expressa ubiquamente e AGAP009100 a partir do estdio pupa. Estes resultados apontam para a concluso de que AGAP009098 e AGAP009100 podero desempenhar funes em processos biolgicos relevantes, por exemplo na defesa imunitria, ou no desenvolvimento. Os pptidos recombinantes, obtidos a partir da clonagem com sucesso de fragmentos da regio codificante do gene AGAP009098, constituem uma ferramenta importante para averiguar a funo destas TGases, no futuro.

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A infeco pelo VIH/SIDA constitui um dos principais problemas de sade no Mundo e em frica. A frica Sub-sahariana detm actualmente 67% das infeces a nvel global. Angola, localizada na sub-regio central de frica (OMS) tem uma prevalncia actual mdia estimada em 2.4%, estando rodeada a Sul e Leste por pases de prevalncias mais elevadas. Em Angola, predomina o VIH-1. Os dados publicados sobre a epidemiologia molecular do VIH em Angola mostram uma grande diversidade de subtipos e formas recombinantes circulantes (CRF), recombinantes circulantes nicas (URF) e amostras no tipificadas. A motivao para o estudo presente foi o conhecimento ainda limitado sobre a infeo por VIH em Angola, desde a epidemiologia molecular s caractersticas clnicas, imunolgicas, virolgicas, resposta teraputica anti-retrovrica combinada (TARVc) e perfil de resistência do VIH TARVc. Foi estudado um coorte de 300 doentes adultos, com infeco por VIH, de 15 de Junho de 2006 a 15 de Junho de 2010. Predomina o gnero feminino, 65% (194/300) e o grupo etrio dos 25 aos 39 anos, 62% (186/300). A mediana de idades 33 anos, residem em Luanda 98% (295/300), 94% so angolanos, sendo os estrangeiros de S. Tom e RDC. A Classificao CDC de 1993 na linha de base mostrou um predomnio de doentes da categoria clnica C, 53% (160/300), com uma ou duas doenas definidoras; 34% (101/300) dos doentes eram da Categoria C3 do CDC e 49% (147/300) tinham linfcitos T CD4+ abaixo das 200 cel/l. A doena definidora mais frequente foi a Tuberculose, em 39% dos doentes (117/300). A mediana de linfcitos T CD4+ na linha de base foi de 195 cel/l [1-1076]. Apenas 12,2% dos doentes (37/302) tinha T CD4+ de base superior a 500 clulas/l. Determinou-se a carga vrica na linha de base, em 213 dos doentes (71%), verificando-se que 46% destes doentes (97/213) tinham cargas vircas superiores a 100.000 cp/ml, 32% (69/213) entre 10001 e 100000, 21% (45/213) entre 400 e 10000, 0,9% (2/213) abaixo de 400 cp/ml. Iniciaram teraputica anti-retrovrica no perodo de estudo 206 doentes (69%) com esquemas teraputicos baseados em NNRTI, sendo 131 (64%) medicados com a associao d4t+3TC+ NVP. Ao fim de 4 anos, em Junho de 2010, havia 126 doentes monitorizados com contagem de linfcitos T CD4+ e CV, estando 62% dos doentes com CV indetectvel (79/126). Os doentes em falncia virolgica corresponderam a 16% (20/126), 9% (11/126) tinham resultados discordantes (boa resposta imunolgica mas carga viral detectvel) e 13% (16/126) foram inconclusivos. Foi mudada a teraputica para esquema de 2 linha em 5 doentes, 4 dos 5 doentes com critrios de falncia virolgica e 1 sem critrios de falncia virolgica, por toxicidade ao EFV. Os doentes com critrios de falncia imunolgica ou virolgica segundo a OMS e os doentes com dados inconclusivos foram seleccionados para testes genotpicos de resistência aos anti-retrovricos (TR). Foram realizados TR e subtipagem em 37 doentes. Nos doentes que realizaram TR sob TARVc, as mutaes de resistência mais frequentemente encontradas foram a M184V, em 16 doentes, a K103N em 12 doentes e a Y181C em 7 doentes. O subtipo C, foi o subtipo predominante em 30% (11/37) dos casos. Para avaliar a adeso TARVc, foram estudados 63 doentes, faltosos a consultas ou demonstrado sinais de falncia clnica, imunolgica ou virolgica. O mtodo realizado foi o auto-relato por entrevista. Verificou-se uma adeso TARVc de 100% em 33% (21/63), adeso entre 100% e 90% em 7% (4/63), de 50 a 90% em 7% (4/63) e inferior a 50% em 54% (34/63). Como factores de no-adeso, predominavam a mobilidade no emprego Opes de utilizao sequencial de anti-retrovricos em doentes com falncia teraputica em Angola X e factores familiares e sociais, apontados como razo para a falta s consultas que davam acesso aos medicamentos ARV. Fazendo corresponder os resultados dos testes de resistência realizados adeso de todos os doentes entrevistados, verifica-se que o grupo de 34 doentes com menos de 50% de adeso, 19 realizaram TR e desses, 13 mostraram mutaes de resistência, sendo 10 resistentes a 2 classes de ARV, NITR e NNITR, 2 a NNITR e 1 a NITR. Os restantes 6 doentes deste grupo eram aparentemente susceptveis s 3 classes de ARV. Actualmente, esto em seguimento 58% dos doentes (176/300), 26 % (77/300) perderam-se no seguimento e 16% (47/300) faleceram. O estudo realizado salienta a fase tardia da chegada aos cuidados mdicos; mostra a tuberculose como doena indicadora mais frequente e mostra que a maioria dos doentes foi medicada com D4T+3TC+NVP. Os critrios de sucesso teraputico descem ao longo do estudo de 71% para 62%. Indica a necessidade de aces urgentes para acesso mais precoce aos cuidados de sade e interveno social para ultrapassar as limitaes adeso TARVc e tornar esta mais eficaz. As opes de segunda linha j disponveis so muito reduzidas (tenofovir, lopinavir potenciado com ritonavir e saquinavir), havendo necessidade de continuar estes estudos para uma avaliao mais profunda da eficcia destas teraputicas.

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A malria, doena parasitria complexa que resulta da interaco entre parasita, hospedeiros humano e vector, constitui um dos principais problemas de sade a nvel mundial. semelhana de outras doenas parasitrias e infecciosas a malria tem um papel importante na evoluo, tendo j sido demonstrado o papel da variao genética humana na resistência infeco. Aps quase meio sculo de controlo, a malria persiste na ilha de Santiago onde, apesar da baixa endemicidade, os indivduos apresentam geralmente manifestaes moderadas, so diagnosticadas infeces abaixo do nvel detectvel pela microscopia e o vector se encontra muito prximo da populao supostamente susceptvel, desconhecendo-se a frequncia dos principais polimorfismos genticos humanos mais relacionados com a doena e a estrutura populacional do mosquito vector. Os objectivos gerais de trabalho desta tese assentam 1) no estudo dos dois clssicos factores genticos do hospedeiro humano relacionados com a malria, nomeadamente os afectos anemia das clulas falciformes, deficincia em G6PD e a anlise dum provvel envolvimento da PK e 2) na anlise genética das populaes do mosquito vector, tentando contribuir para a compreenso da epidemiologia da doena na Ilha, e para a escolha de medidas de controlo apropriadas. Os trabalhos incidiram na deteco do alelo responsvel pela hemoglobina S, de polimorfismos no gene da G6PD e da PK em indivduos no aparentados (Infectados e no Infectados) com anlise da sua provvel associao com a infeco e, ainda, na genotipagem de loci microssatlites de Anopheles arabiensis com recurso a tcnicas baseadas na PCR. Relativamente anemia falciforme, a frequncia dos portadores do trao (indivduos HbAS) e do alelo HbS foi 6% e 5%, respectivamente, e para as variantes da G6PD, 0,8% para G6PDA- e 0,0% para a G6PDMed, no tendo sido encontrado associao entre os gentipos desses dois factores e a presena de infeco. No que concerne ao gene PKLR no foi encontrada uma associao clara entre os polimorfismos analisados e o estado de infeco, mas foi detectado um acentuado desequilbrio de linkage entre os loci, apenas nos No Infectados, o que pode significar que essa regio do gene, aparentemente conservada, tenha sido seleccionada por fornecer proteco contra a infeco e/ou doena. A diversidade genética das populaes de A. arabiensis em onze loci microssatlites foi moderada com valores mdio de He, variando de 0,481 a 0,522 e a Rs de 4 a 5. O valor da diferenciao genética baseado em 7 loci polimrficos foi baixo (FST=0,012; p<0,001) mas significativo, variando entre 0,001 e 0,023 entre os pares de populaes. No foram detectados os alelos de resistência associados ao gene Kdr. A baixa frequncia dos alelos associados G6PD (A- e Med) tem implicaes importantes nas estratgias de controlo definidas pelo Programa Nacional de Luta contra o Paludismo (PNLP), uma vez que a primaquina pode continuar a ser administrada como complemento aos regimes teraputicos, em caso de necessidade. A populao de A. arabiensis em Santiago revelou-se relativamente homognea e com uma estrutura reduzida o que pode, por um lado, representar uma desvantagem por permitir uma provvel disperso dos genes de resistência. Por outro lado, essa relativa homogeneidade poder representar uma vantagem para a introduo de um programa de controlo baseado na libertao de mosquitos transgnicos.

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Tese de Doutoramento em Antropologia especialidade em Poder, Resistência e Movimentos Sociais

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Glossina palpalis gambiensis o principal vector de Tripanossomose Humana Africana (THA) na frica Ocidental e a mosca ts-ts mais comum na Guin-Bissau. Apesar da sua ampla distribuio, nenhum caso de THA tem sido reportado no pas desde finais dos anos 70 do sculo XX. Populaes naturais do Grupo palpalis demonstraram diferentes nveis de variao intraespecfica que podem influenciar a sua capacidade vectorial. Portanto, o conhecimento exacto acerca da identidade das espcies e estrutura populacional essencial para prever o possvel restabelecimento e propagao da transmisso de THA na Guin-Bissau. A variao genética foi analisada em amostras de Glossina palpalis gambiensis de cinco regies da Guin-Bissau, com recurso a microssatlites. Trs das regies pertencem parte continental e duas representam a parte insular do pas. No total, 261 moscas ts-ts do sexo feminino foram genotipadas para 11 loci microssatlites. Baixos nveis de diferenciao genética foram observados entre as populaes de G. p. gambiensis da Guin-Bissau (FST = 0,006, P = 0,002). Este resultado est de acordo com a anlise de agrupamentos, que revelou a presena de um nico cluster agrupando todas as amostras, independentemente da origem geogrfica. De um modo geral, estes resultados sugerem uma baixa subestruturao populacional em G. p. gambiensis nesta regio. Anlises de equilbrio mutao-deriva sugerem ainda a ocorrncia de expanso populacional recente. As evidncias genéticas sugerem considerveis nveis de fluxo gentico entre as populaes continentais e entre as populaes insulares e continentais da Guin-Bissau. No caso do restabelecimento de focos de transmisso de THA, a possibilidade de disseminao do protozorio Trypanosoma, atravs da disperso activa das moscas ts-ts, deve ser tida em conta no planeamento de estratgias de controlo vectorial na Guin-Bissau. PALAVRAS-CHAVE: Glossina, Tripanossomose Humana Africana, microssatlites, diferenciao genética.

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Dissertao para obteno do Grau de Mestre em Engenharia Mecnica

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Dissertao para obteno do Grau de Mestre em Engenharia Qumica e Bioqumica

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RESUMO - Durante todo o seu ciclo de vida, o medicamento est sujeito a padres de qualidade, segurana e eficcia, alicerados numa atuao conjunta dos responsveis pela sua colocao no mercado, das autoridades competentes nacionais e comunitrias. Os diferentes intervenientes esto sujeitos a um conjunto de obrigaes e procedimentos que englobam tambm a sua fase final de retirada do mercado, devoluo, recolha e valorizao ou reciclagem. Neste trabalho caracterizada a cadeia de distribuio do medicamento assim como o seu fluxo fsico no sentido inverso, ou seja, o processo de devoluo e de tratamento ambientalmente adequado para os resduos de medicamentos. A maioria da literatura a respeito das devolues de medicamentos enfatiza a vertente ecolgica do sistema de logstica inversa. Neste trabalho, as questes ambientais so discutidas , mas o objectivo primrio focaliza questes econmicas relacionadas com o processo de devolues. So apresentadas as possveis vantagens tericas da criao de um sistema centralizado de gesto de devolues, por oposio ao atual sistema de circuitos dispersos. Com a aplicao de um inqurito a armazenistas com larga responsabilidade no processo de devolues, pretendeu-se avaliar os custos inerentes ao atual modelo. Os resultados obtidos indicam que existe margem potencial para reduzir custos neste processo, para a grande maioria dos armazenistas. Na rea especfica dos medicamentos fora de prazo de validade, o crescente desenvolvimento e aperfeioamento dos processos de devoluo poder direcionar-se no sentido da criao de centrais de devoluo centralizadas.

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RESUMO - O problema do erro de medicao tem vindo a adquirir uma importncia e um interesse crescentes nos ltimos anos. As consequncias directas no doente que condicionam frequentemente o prolongamento do internamento, a necessidade de utilizao adicional de recursos e a diminuio de satisfao por parte dos doentes, so alguns dos aspectos que importa analisar no sentido de se aumentar a segurana do doente. No circuito do medicamento em meio hospitalar esto envolvidos diversos profissionais, estando o enfermeiro no final da cadeia quando administra a medicao ao doente. Na bibliografia internacional, so referidas incidncias elevadas de eventos adversos relacionados com o medicamento. Em Portugal, no existem estudos disponveis que nos permitam conhecer, nem o tipo de incidentes, nem a dimenso do problema do erro de medicao. Efectuamos um estudo descritivo, prospectivo, exploratrio, utilizando a tcnica de observao no participante, da administrao de medicamentos. Os objectivos so, por um lado, determinar a frequncia de incidentes na administrao de medicao num Servio de Medicina Interna e, por outro, caracterizar o tipo de incidentes na administrao da medicao e identificar as suas possveis causas. A populao em estudo foi constituda pelos enfermeiros que administraram medicamentos aos doentes internados no Servio de Medicina Interna seleccionado, durante os meses de junho a agosto de 2012, sendo observadas 1521 administraes. Foi utilizada uma grelha de observao, que incluiu os seguintes elementos: doente certo; medicamento certo; dose certa; hora certa; via certa; tcnica de administrao correcta (asspsia); tempo de infuso; monitorizao correcta. Constatou-se que em 43% das doses administradas apresentavam pelo menos um erro, num total de 764 erros. No foi observado nenhum erro de doente, de medicamento, de dose extra, de via, de forma farmacutica, nem a administrao de medicamento no prescrito. Detectaram-se 0,19% de erros na preparao, 0,72% de erros de dose, 1,7% erros de omisso, 1,97% de erros de administrao, 13,52% de erros de monitorizao, 28,73% de erros de v horrio. O tempo de infuso da teraputica parentrica no foi cumprida em 27,69% das oportunidades, tendo sido sempre administrado em tempo inferior ao preconizado. No encontramos relao entre as interrupes durante a administrao de teraputica e os erros. Pelo contrrio constatou-se haver relao entre o nmero de doses com erro e o turno em que ocorreram, sendo mais frequentes no turno da noite. Constatamos tambm que aos fins de semana os erros eram mais frequentes e o risco da ocorrncia de um erro na administrao de medicao aumenta 1,5 vezes quando o nmero de enfermeiros insuficiente.

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A Programao Genética (PG) uma tcnica de Aprendizagem de Mquina (Machine Learning (ML)) aplicada em problemas de otimizao onde pretende-se achar a melhor soluo num conjunto de possveis solues. A PG faz parte do paradigma conhecido por Computao Evolucionria (CE) que tem como inspirao teoria da evoluo natural das espcies para orientar a pesquisa das solues. Neste trabalho, avaliada a performance da PG no problema de previso de parmetros farmacocinticos utilizados no processo de desenvolvimento de frmacos. Este um problema de otimizao onde, dado um conjunto de descritores moleculares de frmacos e os valores correspondentes dos parmetros farmacocinticos ou de sua atividade molecular, utiliza-se a PG para construir uma funo matemtica que estima tais valores. Para tal, foram utilizados dados de frmacos com os valores conhecidos de alguns parmetros farmacocinticos. Para avaliar o desempenho da PG na resoluo do problema em questo, foram implementados diferentes modelos de PG com diferentes funes de fitness e configuraes. Os resultados obtidos pelos diferentes modelos foram comparados com os resultados atualmente publicados na literatura e os mesmos confirmam que a PG uma tcnica promissora do ponto de vista da preciso das solues encontradas, da capacidade de generalizao e da correlao entre os valores previstos e os valores reais.

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Pneumocystis jirovecii conhecido por causar infeces especficas no aparelho respiratrio de seus hospedeiros, principalmente em doentes imunocomprometidos, manifestando-se por uma pneumonia grave e por vezes fatal, normalmente designada por pneumonia por Pneumocystis. A caracterizao da diversidade genética de P. jirovecii tem demonstrado que determinados polimorfismos de base nica podero ser reconhecidos como marcadores moleculares de eleio para o estudo da distribuio geogrfica, vias de transmisso, resistência/susceptibilidade a frmacos, factores de virulncia e genética populacional de subtipos genticos. Este estudo teve como objectivo a caracterizao de polimorfismos de P. jirovecii, atravs da metodologia PCR multiplex/Extenso de base nica (do ingls single base extension), com a principal finalidade de constatar eventuais associaes entre polimorfismos de base nica, gentipos multilocus, e dados clnicos e demogrficos da infeco. Sessenta e seis espcimes pulmonares, previamente considerados positivos para P. jirovecii, obtidos entre 2001 e 2012, a partir de doentes portugueses imunocomprometidos, foram seleccionados de forma aleatria para este estudo multilocus. PCR multiplex foi utilizada para a amplificao simultnea de trs regies genmicas: subunidade grande do rRNA mitocondrial, superxido dismutase e dihidropteroato sintetase. Cinco polimorfismos de base nica, previamente correlacionados com parmetros da doena, foram genotipados por extenso de base nica: mt85, SOD110, SOD215, DHPS165 e DHPS171. Um total de 330 polimorfismos de base nica e 29 gentipos multilocus putativos de P. jirovecii foram identificados e caracterizados nos espcimes pulmonares analisados. Os padres de distribuio dos polimorfismos foram analisados, sendo considerada a variao temporal e/ou geogrfica das suas formas allicas. Constatou-se grande diversidade genotpica entre os isolados de P. jirovecii que poder ter influncia a nvel epidemiolgico. Foram observadas associaes estatsticas entre mt85/gentipos multilocus e parmetros demogrficos e clnicos. A correlao mais importante verificou-se entre mt85C e cargas parasitrias baixas a moderadas, enquanto mt85T foi associado com cargas parasitrias altas; MLG5, MLG9 e MLG13 foram associados com cargas parasitrias baixas, moderadas e altas, respectivamente. Tais associaes demonstram que potenciais marcadores moleculares da infeco por P. jirovecii podero existir e que polimorfismos/gentipos especficos podero determinar perfis epidemiolgicos da pneumonia por Pneumocystis. A anlise genética cruzada permitiu verificar associaes entre polimorfismos de base nica. Os polimorfismos SOD110T e SOD215C, SOD110C e SOD215T, DHPS165A e DHPS171C, DHPS165G e DHPS171T foram associados estatisticamente. Os gentipos multilocus mais prevalentes foram considerados para o teste recombinatrio d1. Dois gentipos multilocus (MLG7 e MLG9) foram observados com elevada frequncia, e a anlise genética indicou que estes se encontravam sobre-representados na populao de P. jirovecii estudada. Estas evidncias indicam que o fenmeno de desequilbrio de ligao e a propagao clonal de subtipos genticos frequente, considerando que a espcie P. jirovecii poder ser representada por uma populao com estrutura epidmica. O presente trabalho confirmou a importncia do estudo de polimorfismos em P. jirovecii, sugerindo que a caracterizao multilocus poder fornecer informao relevante para a compreenso dos padres, causas e controlo da infeco, melhorando assim a investigao deste importante patogneo.